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O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), Fernando Sampaio, estará hoje no Parlamento Europeu no workshop em que o Brasil buscará defender a proposta dos países do Mercosul para fechar o acordo com a União Europeia.
"Queremos mostrar que não é o acordo UE-Mercosul que vai prejudicar a agricultura europeia", disse Sampaio, de Bruxelas. A Abiec mostrará aos parlamentares dados e previsões de órgãos da própria UE indicando que as importações de carne bovina representaram apenas 5,37% do total consumido no bloco no ano passado.
Estimativas da DG Agri e do Fórum Mercosul da Carne indicam que o consumo de carne bovina na UE em 2010 somou 8,151 milhões de toneladas (equivalente-carcaça). Desse volume, 438 mil toneladas foram importadas e cerca de 90% foram provenientes do Mercosul.
Os exportadores brasileiros também vão usar projeções que mostram que a produção de carne na UE está recuando. Portanto, o bloco precisa dessas importações, observa Sampaio. A estimativa da DG Agri e do Fórum Mercosul da Carne é de que o consumo de carne bovina na UE em 2020 será de 7,899 milhões de toneladas (equivalente-carcaça). Desse volume, 7,83 % serão produto importado.
A proposta do Mercosul no acordo com a UE é de uma cota de importação de 300 mil toneladas (sem tarifa) de carne bovina, ou 3,7% do consumo total do bloco europeu, segundo a Abiec.
Sampaio defenderá ainda que não há justificativa técnica para as restrições impostas pela UE à carne bovina brasileira. Entre elas está a exigência de que a carne exportada seja proveniente de bois rastreados de uma lista limitada de fazendas. As restrições às vendas dentro da Cota Hilton de cortes nobres também estarão na pauta.
O presidente da Abiec, Antônio Camardelli, lembra ainda que a União Europeia ganhou competitividade em relação ao Brasil recentemente. A razão é a convergência dos preços da matéria-prima (boi) e o câmbio.
Fonte: Valor Econômico