Exportações: Brasil Acelera E Argentina Recua
A China deve abrir seu mercado de carne bovina para o Brasil ainda este ano, segundo estimativa de Roberto Gianetti da Fonseca, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
Atualmente, o País vende perto de 200 mil toneladas por ano de carne para a China via Hong Kong, mas a expectativa é de que com a exportação direta, esse volume aumente para 500 mil toneladas por ano imediatamente.
Isso é muito fácil, pois a demanda chinesa é altamente elástica, disse Gianetti. Ele lembrou que a China possui o maior número de habitantes do planeta. É inevitável que o mercado se abra ainda em 2010, afirmou.
E não é só o setor de carne bovina que espera conquistar o mercado chinês. Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne suína (Abipecs), chegou ontem à China para negociar a abertura daquele mercado para a carne suína do Brasil. Camargo Neto aproveitará a passagem pela Ásia para visitar a Coreia do Sul, onde se encontrará com autoridades sanitárias.
Hoje o presidente da Abipecs se reúne com potenciais importadores e com empresas brasileiras já estabelecidas em Pequim. No dia seguinte, participa de reuniões no órgão responsável por habilitar frigoríficos a exportar carne para a China (CNCA). O CNCA está analisando a documentação de 25 frigoríficos brasileiros que esperam liberação para acessar o país asiático ainda este ano.
Em dezembro passado, a China reconheceu regiões livres de febre aftosa no Brasil. Para tornar viável as exportações, falta a liberação dos frigoríficos e a aprovação do processo de industrialização da carne suína. O setor espera que essa autorização seja concedida durante a visita do presidente Hu Jintao ao Brasil, o que deve ocorrer no mês de abril.
A Abipecs estima que o Brasil pode atingir uma participação de 5% no total das importações chinesas de carne suína, num volume equivalente a 18 mil toneladas aproximadamente. De Pequim, Camargo Neto segue para a Coreia do Sul, onde pretende acompanhar a tramitação do processo de abertura daquele mercado ao país.
Na Argentina:
Com objetivo de aumentar a oferta interna de carne bovina e evitar um avanço ainda maior dos preços ao consumidor, o governo Argentino está dificultando as exportações no país. Embora a medida não seja oficial, as empresas exportadoras reclamam das dificuldades que estão sendo colocadas para a venda do produto. Desde 2006, o governo vem frequentemente bloqueando os embarques quando os preços domésticos sobem.
Em Janeiro deste ano , o país exportou 25,68 mil toneladas de carne, um acréscimo de 1% no volume exportado em janeiro de 2009, período que registrou forte recuo por causa da crise financeira internacional. O faturamento foi de US$ 120 milhões, 13% mais que no mesmo período do ano passado.
De acordo com o Serviço Nacional de Sanidade Animal e Qualidade Agroalimentar (Senasa).a Rússia foi o maior comprador de carne fresca em janeiro de 2010, com 6,47 mil toneladas.
Fonte: Jornal CDI / Notícias Agrícolas