Exportações de Couro Movimentam Us$ 791 milhões

As exportações brasileiras de couros movimentaram US$ 791 milhões nos nove meses do ano, redução de 48%, em comparação ao mesmo período de 2008. Os dados foram elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é uma entidade federativa que representa, há 52 anos, cerca de 800 empresas de produção e processamento de couro. O complexo industrial emprega cerca de 50 mil pessoas, movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões, exportou US$ 1,8 bi em 2008, contribuindo em 7% para o saldo da balança comercial brasileira. Já a cadeia produtiva do couro que abrange os setores de curtumes, calçados, componentes, máquinas e equipamentos para calçados e couros, artefatos e artigos de viagem em couro, reúne 10 mil indústrias, gera mais de 500 mil pessoas e movimenta receita superior a US$ 21 bilhões de dólares por ano

Apesar dos obstáculos que o setor vem enfrentando ao longo de 2009, o balanço de setembro das vendas externas de peças em relação ao mês de agosto aponta um crescimento de 10% na receita apurada, somando US$ 105,9 milhões. E, dos couros embarcados no período, 74,1% (em valor) e 57,4% (em volume) o foram com maior valor agregado (crust + acabados), mantendo o processo evolutivo de agregação de valor nas exportações de peças. Finalmente, é de se destacar a contribuição do setor curtidor para a economia brasileira, respondendo por 3,5% do saldo da balança brasileira (US$ 21,3 bilhões) no período de janeiro a setembro deste ano.

Entretanto, o desempenho do setor poderia melhorar, não fosse o impacto da crise financeira sobre a demanda internacional por couros e a valorização do real perante o dólar. Isto acaba por comprometer a competitividade do produto brasileiro nos mercados internacionais, analisa o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich. Esse quadro é agravado por outros fatores, como as altas taxas de juros, excessiva burocracia, precariedade do sistema de infra-estrutura e, principalmente, a falta de capital de giro para as empresas curtidoras. Neste cenário, destaca o executivo, é fundamental a criação de linhas de créditos para capital de giro pelo Banco do Brasil e BNDES, a adequação de prazos e encargos de ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio), além de agilização nos ressarcimentos de créditos de exportação e autorização da compensação automática de créditos fiscais.

Até setembro, os principais destinos do couro brasileiro foram  China e Hong Kong, ambos com US$ 297,1 milhões (37,6% de participação); Itália, com US$ 174,5 milhões (22,1% de participação) e Estados Unidos, US$ 66,33 milhões (8,4% de participação.

O balanço dos embarques de couros dos estados brasileiros de janeiro a setembro de 2009, ante ao acumulado do ano passado, revela que o Rio Grande do Sul segue na posição de maior exportador nacional (US$ 214,2 milhões, 27% de participação e redução de 47%), seguido por São Paulo (US$ 181,34 milhões, participação de 23% e queda de 62%).


Fonte: www.portaldoagronegocio.com.br

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