Governo vai insistir no "cinturão" contra aftosa
O Governo do Mato Grossoo do Sul quer encontrar nova base econômica para a região dos últimos focos de febre aftosa, criando um "cinturão" que reduza os riscos sanitários atuais na fronteira com o Paraguai.
A idéia de substituir a criação do gado bovino por uma ou mais matrizes econômicas foi comentada pelo governador do Estado, André Puccinelli, em recente visita a Eldorado. Ele disse aos pecuaristas que "seria mais inteligente adotar novas alternativas econômicas na área de risco sanitário (Eldorado, Japorã, Mundo Novo), para que o Estado de Mato Grosso do Sul tenha maior eficiência produtiva".
Fonte do Governo informou que há uma postura até radical no sentido de acabar com a pecuária na região e, dessa forma, acabar com os graves problemas que o Estado tem enfrentado por causa de focos da doença nos últimos anos. Há, no momento, controvérsias inclusive quanto ao número de animais que devem ser levados ao abate sanitário. Uns acham que um terço do rebanho é o suficiente, outros querem o extermínio quase total do gado na região.
O governador já solicitou que a Secretaria da Produção realiza amplo levantamento para que se identifique quais seriam as alternativas à pecuária. O estudo, segundo a secretária de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Correia da Costa Dias, deve ser concluído até maio. A idéia do Governo do Estado é que parte da região abandone a pecuária, eliminando os riscos de contaminação, e cultive grãos, floresta ou cana-de-açúcar.
Parte do rebanho da fronteira já está sendo eliminada em abate sanitário, (os números não oficiais variam de 30 mil a 60 mil cabeças) para a implantação de lavouras na região.
"Os prejuízos provocados pela febre aftosa em Mato Grosso do Sul – que registrou focos da doença em municípios próximos à fronteira com o Paraguai nos últimos anos – poderão ser eliminados com a mudança da matriz econômica na região", advogou a secretária Tereza.
A região tem hoje oito milhões de cabeças e acredita-se que um quarto poderia deixar de ser criado. Depois de criar a Agência de Desenvolvimento Agrário (Agraer), o Governo estadual quer (logo após o estudo), criar um programa de incentivo fiscal específico para a região da fronteira. "Manter do jeito que está não dá. Trocar a bovinocultura seria um pesadelo a menos", afirma a secretária que na sexta-feira viajou para a região dos focos e prometeu falar ao Correio Rural esta semana dando mais detalhes sobre os estudos que estão sendo feitos e qual a idéia quanto a criação de um programa de fomento para outras atividades produtivas na área de fronteira do cone sul do Estado.
Fonte: Portal MNP