MARCOS LEMOS MEIRELLES – CRIADOR DA SEMANA
“Escolhi a raça Brangus porque ela é a mais indicada para a minha realidade”
A partir de agora, você volta a ter a série Criador da Semana, mas em espaço especial na capa do site. Por uma semana, fica em destaque uma entrevista com um criador de Brangus, com a sua história com a raça. A primeira entrevista da série em 2009, é com o criador Marcos Lemos Meirelles, presidente da Associação Brasileira de Brangus.
Há 15 anos, Marcos Lemos Meirelles começou a criação de Brangus no centro-oeste brasileiro. A opção aconteceu através de observação de raças e com a conclusão de que esta era a que melhor se adequaria à sua realidade. Há seis anos, já usando genética Camp Cooley e bem inserido no meio, foi indicado para assumir a presidência da Associação Brasileira de Brangus e atualmente já está em seu segundo mandato. Para conhecer um pouco mais desta trajetória, leia a matéria completa do CRIADOR DA SEMANA.
Associação Brasileira de Brangus – Como começou a criar Brangus?
Marcos Lemos Meirelles – Eu comecei a criar Brangus em 1994. Na época, fiz um trabalho de observação da raça e percebi que ela era a que mais se encaixava à minha realidade de exploração pecuária, que é de Brasil Central. Vi que para melhorar a qualidade do novilho no manejo extensivo, seria só com a raça Brangus. Sempre trabalhamos com pecuária de corte: cria, recria e engorda, buscando melhorar cada vez mais. Comecei então a fazer cruzamentos com a raça Brangus. Os resultados me incentivaram a expandir. Hoje temos 100 doadoras. Trabalho com touros próprios para utilização no meu seguimento. No início começamos trabalhando com a venda e depois, com o aumento no setor de cria, absorvemos todos para criação própria com intuito de produzir animais de qualidade.
ABB – Como se tornou presidente da ABB?
Meirelles – Primeiramente pelo carinho que tenho pela raça, aliado ao pedido de sócios amigos, resolvi então disponibilizar um tempo para fazer algo pela raça.
ABB – Como avalia o Brangus no mercado nacional atualmente?
Meirelles – Acho que a raça vem ocupando cada vez mais seu espaço como uma raça de corte (sintética), uma vez que o Brasil predomina o clima tropical e há a necessidade de animais com sangue zebu. Isso, com a qualidade da raça Angus, abre as portas para o Brangus na pecuária nacional, formando um animal com qualidade carniceira.
ABB – E no mercado externo?
Meirelles – Na América do Sul, que tem clima parecido com o Brasil e países que buscam carne de qualidade e rusticidade, a raça Brangus está se destacando. No Paraguai, por exemplo, a raça já ocupa a principal posição do país. Um exemplo do que faz a pecuária de corte em climas tropicais.
ABB – No ano em que a ABB completa 30 anos, explique qual a importância de uma associação própria para os interesses da raça Brangus.
Meirelles – Em primeiro lugar, o papel de uma associação de raça é trazer credibilidade para manter e fortalecer a genética de uma raça. Registrar os animais na associação é importante, pois eles passam pela avaliação de técnicos especializados na raça, reforçando ainda mais as características necessárias. Além disso, temos que entender que quanto mais trabalharmos com animais de gerações mais avançadas, mais vamos evoluir a genética da raça. Isso eu afirmo baseado em experiência própria, com os resultados alcançados nos meus animais. Depois que firmei parceria com a genética americana Camp Cooley e passei a trabalhar com animais de gerações avançadas, a evolução genética ficou visível.
ABB – Trace um paralelo da raça no Brasil há 30 anos e agora.
Meirelles – Antes, a raça Brangus era apenas o sonho de produtores em criar um animal com qualidade de carne e rusticidade. Mas era só um sonho. Eles não imaginavam que conseguiriam um animal com a qualidade que temos hoje. O desenvolvimento do Brangus é surpreendente. Uma vez criado no Rio Grande do Sul, para ser usado no próprio estado, hoje o Brangus se apropriou do Brasil central, pois é uma raça para todo o país. Com a vinda da ABB para o Brasil Central, primeiro em Campo Grande (MS), depois São Paulo e agora em Presidente Prudente (SP), posso garantir que temos condições de difundir ainda mais o Brangus no país. Hoje é um animal moderno com cortes destacados e com lugar garantido na pecuária nacional como cruzador.
ABB – Por que criar Brangus?
Meirelles – Minha realidade é Brangus. É preciso avaliar a realidade da pessoa para tomar a decisão por uma raça. Se tivesse condições climáticas, criaria Angus, mas no centro-oeste, tem que ser Brangus. São animais rústicos e com qualidade de carne. A forma de levar a raça Angus extensivamente é através do Brangus. E eu estou muito satisfeito.
Se você gostou da entrevista e quer dar a sua opinião direto para Marcos Meirelles, escreva para ele no e-mail: meirelles@stetnet.com.br
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