Mercado do bezerro vive momento de bons preços
O mercado do boi vive momento de bons preços, e a maior alta de toda a cadeia produtiva é a dos animais de reposição para a engorda - os bezerros e bois magros.
O pecuarista Décio Fonseca tem experiência na cria, recria e engorda, no município de Bandeirantes, Mato Grosso do Sul. Mas desde o ano passado, ele está dando mais atenção aos animais de reposição, comprando bezerro e vendendo boi magro.
O primeiro lote de bezerros que comprou, ele pagou R$ 1 mil em cada cabeça que pesava em torno de R$ 200. Vendeu oito meses depois, já como boi magro a R$ 1,6 mil. "O mercado é bastante comprador e eu procurei diversificar um pouco. Nós tivemos a favor a alta da arroba, a valorização do gado, e em pouco tivemos um resultado satisfatório", conta o pecuarista.
Se ele está vendendo o boi magro mais caro, Décio também passou a pagar mais pelos bezerros que comprou. Pelos relatos dos criadores da região, houve uma época que com a venda de um boi gordo era possível comprar até quatro bezerros.
Ao longo do tempo, essa relação foi mudando, até chegar ao ano passado, quando o valor de um boi gordo correspondia ao preço de 2,2 bezerros, ou seja, um lote com dez animais, já prontos para o abate, era possível comprar 22 desmamas. Em 2015, a matemática ficou mais apertada. Os mesmos dez bois já gordos só compram 17 bezerros.
Na Famasul, Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul, a economista Adriana Mascarenhas, conta os motivos para essa valorização dos animais de recria.
"Até 2006, o preço do bezerro estava muito em baixa e houve nesse período um abate excessivo de fêmeas. Sem fêmeas não tem cria, e você reduz a oferta de bezerros, o bezerro volta a subir, há uma retenção de fêmeas. Tivemos um equilíbrio no ano de 2010 do preço do bezerro aonde houve novamente um abate mais expressivo de fêmeas, e o resultado disso a gente observa nessa redução na oferta de bezerros".
Com essa nova realidade na compra e venda de animais de reposição, o criador de boi gordo conhecido como invernista teve que criar maneiras para fazer o investimento render mais. É o caso da fazenda São Francisco, no município de Camapuã. No local a estratégia de engorda dói modificada. Tiraram o sal mineral e passou a dar ração para o gado na fase de terminação.
"A ideia é que eles ganhem mais peso e aproveitem melhor as pastagens e com isso a gente pode colocar mais peso no animal já tem mesmo e com isso tentar diminuir a diferença que está existindo na reposição", explica Fúlvio Ribeiro, administrador da fazenda.
Fonte: Globo Rural