Nanotecnologia no Combate a Febre Aftosa

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um método inovador para detectar, em bovinos, o anticorpo da febre aftosa  utilizando biossensores compostos por proteínas e nanoparticulas. A pesquisa, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), deve facilitar o controle e a monitoração da vacinação do rebanho brasileiro. O País não apresenta um caso novo de febre aftosa desde 2005, quando um foco da doença detectado no Mato Grosso do Sul e Paraná causou embargo internacional à carne bovina brasileira e enormes prejuízos para o setor. "É preciso um monitoramento contínuo da vacinação, pois a doença pode fugir do controle rapidamente”, disse  Valtencir Zucolotto, coordenador da pesquisa.

"A contaminação pode ser detectada clinicamente sem muita dificuldade, pelas feridas na boca e nos pés dos animais. Mas precisávamos de um método prático e eficiente para detectar a vacinação. O biossensor é capaz de fazer isso, porque detecta a presença de anticorpos da febre aftosa", revela  Zucolotto. Quando um animal é vacinado se espera uma resposta imune caracterizada pelo aumento de anticorpos específicos contra a doença em questão; ou seja, com esse método será possivel identificar quem realmente vacinou os animais ou apenas apresentou a nota da compra das vacinas. Atualmente, além da apresentação da nota fiscal da compra da vacina, o outro método disponível para a detecção da vacinação é o uso de imunoensaios Elisa. Mas o inconveniente dessa alternativa é o maior custo e a necessidade de laboratórios especializados. "Com o detector que estamos desenvolvendo, o pecuarista ou a vigilância sanitária podem verificar a vacinação em campo. Nenhum teste atualmente pode ser feito com essa praticidade. O leitor de Elisa é inviável para pequenos produtores. E a apresentação das notas fiscais é evidentemente um método ineficaz de controle", diz Zucolotto.

Quando pronto para operação, o novo método poderá ser utilizado por qualquer pessoa com formação técnica, diretamente no campo. Ao gotejar o sangue do animal sobre lâminas que farão parte do equipamento, a resposta será dada a partir de diferenças na corrente elétrica, por meio de um circuito acoplado ao detector e o uso de nanopartículas.  "Os testes atuais custam em média R$ 20 mil. O nosso kit deverá ter o preço na escala de centenas de reais, apenas", revela Zucolotto. Segundo ele, a tecnologia do biossensor já foi completamente desenvolvida e teve sua eficácia testada no primeiro ano do projeto. Nos próximos dois anos o grupo trabalhará no desenvolvimento do produto e um aparelho piloto já deverá estar disponível dentro de um ano.

O projeto teve participação de Sérgio Mascarenhas e Gustavo Frigieri, do Instituto de Estudos Avançados do IFSC, e Ronald Figueiredo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).




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