Pecuária de corte: Falta gado rastreado no MS

Manter o gado sob acompanhamento de um sistema desse tipo é exigência do mercado europeu, que compra cortes mais caros e melhor remunera o produto. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nega os problemas e argumenta que o programa tem avanços maiores que o antigo sistema, embora no novo Sisbov esteja hoje só o equivalente a 3,7% do rebanho sul-matogrossense, estimado em 24,7 milhões de cabeças, o segundo maior do Brasil, atrás do MT.

Segundo o presidente da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), Ademar Silva Júnior, o novo Sisbov, que entrou em vigor no começo deste ano, impõe dificuldades no atual sistema de manejo e por isso enfrenta resistência dos produtores.

Ademar afirma que uma demonstração do sistema de identificação eletrônica comprovou que ele é mais ágil e facilita o processo, mas não cabe no bolso do produtor: os gastos são de R$ 10,00 a R$ 12,00 por animal. “Se houver falta de animais, os frigoríficos que exportam terão de remunerar melhor e o sistema pode ser viável. É relação de oferta e procura. Hoje, o custo teria de ser absorvido pelo criador, o que o atual patamar da arroba não possibilita”, afirma. 

“Estamos sentindo que a rastreabilidade está parada. O sistema não está ajustado, há muitas falhas”, aponta Ademar. A principal reclamação, afirma, é quanto à leitura dos brincos e dos documentos que seguem com os animais. “Tem que passar animal por animal, anotar no documento de identificação e isso gera um transtorno enorme, principalmente em propriedades grandes”, diz.

"Sem problemas" - O coordenador do Sistema de Rastreabilidade do Mapa, Serguei Brener, nega que haja qualquer problema de aceitação ou operacionalização do novo Sisbov e alega que o número de inclusões, na proporção de tempo, tem sido bem maior que do sistema antigo.

"Os números apontam inserção bastante significativa dentro do sistema”, afirmou ao "Campo Grande News". Segundo Serguei, são 4,5 milhões de animais no País e 908,6 mil em Mato Grosso do Sul, o estado com número mais significativo de inserções. Além disso, ele ressalta que até 31 de dezembro, quando expira o prazo para migração, o sistema anterior, que tem 30 milhões de animais no País, continuará vigorando.

“Essa migração começou a ocorrer com a velocidade maior nas últimas duas semanas. O número de propriedades cadastradas chegou a 10 mil em quatro meses de sistema, enquanto que em cinco anos do sistema antigo só tinha 80 mil. Não tivemos, em momento nenhum na história do Sisbov antigo, inserções tão grandes em proporção”, argumenta, alegando que a velocidade de entrada de novos animais identificados supera a de abates. Ele afirma que a migração tem ganhado agilidade durante as campanhas de vacinação.

Fonte: www.portaldbo.com.br

Anterior
Anterior

DF tem fazenda livre de brucelose e tuberculose

Próximo
Próximo

Goianos participam de conferência alimentar