Preço do boi e cana ajuda aumentar IGP-M em julho
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou há pouco que o Indice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) registrou inflação de 0,28% em julho, frente uma alta de 0,26% em junho. Com isso, o indicador acumula alta de 1,75% no ano e de 4,00% em 12 meses.
O Indice de Preços por Atacado (IPA) registrou alta de 0,26%, taxa superior à registrada em junho, de 0,01%. O índice relativo aos Bens Finais registrou deflação de 0,14% em julho.
Em junho, este grupo de produtos mostrou deflação de 0,10%. Excluindo-se os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, o primeiro com taxa de variação recuando de 3,71% para 0,64% e o segundo, de -4,06% para -4,93%, o índice de Bens Finais (ex) registrou inflação de 0,61%, em julho. Em junho, a taxa foi de 0,12%.
O índice referente ao grupo Bens Intermediários recuou 0,13%, desacelerando-se em relação a junho, quando a taxa havia sido de 0,32%. O subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que teve sua taxa de variação reduzida de 1,58% para 0,19%, foi o principal responsável pela desaceleração do grupo. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, declinou 0,21%. Em junho, houve baixa de 0,01%.
No estágio inicial da produção, o índice de Matérias-Primas Brutas subiu 1,58%, em julho, ante uma queda de 0,46%, em junho. Os itens bovinos (0,74% para 5,84%), cana-de-açúcar (-10,17% para -6,62%) e mandioca (aipim) (-12,74% para 3,71%) explicam boa parte da aceleração do grupo. Em sentido oposto, registraram-se desacelerações em itens como: milho (em grão) (0,46% para -1,31%), café (em grão) (3,53% para -0,56%) e tomate (-0,84% para -22,81%). Já o Indice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou inflação de 0,34%, em julho. No mês anterior, a alta havia sido de 0,35%. Duas das sete classes de despesa componentes do índice apresentaram desaceleração. A principal contribuição no sentido descendente partiu do grupo Habitação (0,40% para -0,24%), em razão da queda registrada na tarifa de eletricidade residencial (0,22% para -2,56%). Em desaceleração encontra-se também o grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,42% para 0,31%), refletindo a alta menos intensa registrada pelo item artigos de higiene e cuidado pessoal (0,76% para 0,42%).
Em contrapartida, o grupo Alimentação registrou aceleração, tendo sua taxa passado de 0,73% para 1,23%. Contribuíram em especial para este efeito os itens: frutas (-0,73% para 4,38%), laticínios (5,77% para 9,14%) e carnes bovinas (0,29% para 2,85%).
A aceleração do grupo Alimentação foi amenizada pela queda do item hortaliças e legumes, cuja variação passou de -1,00% para -6,78%. Ainda em sentido ascendente estão os grupos Educação Leitura e Recreação, Despesas Diversas, Transportes e Vestuário. Nestas classes de despesa, os destaques partiram dos seguintes itens: passagens aéreas (7,32% para 8,25%), cigarros (0,61% para 1,83%), álcool combustível (-4,91% para -6,40%) e roupas masculinas (-0,43% para 0,17%), respectivamente.
Por fim, o Indice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em
julho, alta de 0,21%, abaixo do resultado do mês anterior, de 1,67%. Dois dos três grupos componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. O grupo Mão-de-Obra passou de 2,94%, em junho, para 0,07%, em julho.
A desaceleração foi conseqüência de impactos decrescentes de reajustes salariais, por ocasião da data-base, nas cidades de Brasília, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo. Ao mesmo tempo começaram a ser captadas elevações nas cidades de Curitiba e Porto Alegre. A taxa do índice referente ao grupo Materiais baixou de 0,51% para 0,25%. Apenas o grupo Serviços apresentou acréscimo em sua taxa de variação, que passou de 0,75%, em junho, para 0,83%, em julho.
Fonte: Safras e Mercados