Em um mês, preço da carne bovina tem aumento de 7% em Santos

A carne bovina subiu em média 7% em Santos desde o mês passado, segundo apurou A Tribuna nos açougues da Cidade. O aumento diz respeito a todos os tipos de cortes, incluindo a carne de segunda. O consumidor, apesar de reclamar muito, ainda não deixou de comprar. A Reportagem constatou, porém, que os clientes já começaram a diminuir a quantidade: quem costuma levar dois quilos, compra a metade.
Proprietário há 24 anos da Casa de Carnes Santa Clara, no José Menino, o comerciante Albino Barbosa Ramos explica que esse não é um fenômeno isolado, já que o produto vem registrando sucessivas altas desde o fim do ano passado. “Antigamente aumentava e baixava. Este ano não, foi só aumento. O pessoal reclama, porque o salário não acompanha”.
Ramos afirma que a chamada carne de segunda, que sempre foi mais barata, teve um reajuste ainda maior, se comparada de forma proporcional às outras. “Acho que é porque estão exportando muito esse tipo. Vendem para fora e aqui ficamos com o preço nesse nível”.
O dono do açougue diz que o lucro diminuiu. “A clientela é a mesma e gosta de carne, mas as pessoas estão levando menor quantidade. É compreensível, o quilo do filé mignon, por exemplo, eu comprava por R$ 23,00. Hoje, compro a R$ 30,00”.
Frango
A Tribuna verificou que uma possível substituição da carne vermelha pelo frango ainda não é uma realidade. Clientes mantêm a preferência pelos cortes bovinos. Para Sônia Maria de Oliveira, funcionária da Casa de Carnes Vitória, na Vila Belmiro, a explicação é simples: o frango também não está nada barato.
“Isso de trocar (carne vermelha por frango) é história, porque o frango está caro, teve reajuste de 20% a 30%. O que estão fazendo é assim: quem comprava três quilos de carne, hoje compra um. Ou deixa de levar o tipo que leva sempre e pega um corte mais barato. De ontem para hoje, já aumentou mais R$ 0,20 o quilo da carne. Não para”.
Dono do JS Frigorífico, no Campo Grande, Fábio Rodriguez Tavares tem a mesma opinião. “Um freguês ou outro reclama, mas continua levando carne. Não teve essa questão de levar frango no lugar, porque também já tinha aumentado. E o brasileiro gosta de carne”.
Segundo Tavares, o quilo do frango, no entanto, continua sendo bem mais em conta: R$ 13,00 no comércio dele. Enquanto o contrafilé não sai por menos de R$ 26,98 e o filé mignon, por R$ 44,98.
“Eles (os fornecedores) alegam um monte de coisas, falam que é por causa da ração, da água, da vacina (dada para os bois). Mas, resumindo, eles aumentam e pronto. E nunca conseguimos repassar tudo ao consumidor: se aumenta 15%, repassamos no máximo 10%”.
A professora Jalile Ibraim diz que não vai deixar de comer carne, apesar de criticar os preços salgados. “Eu sempre comi mais frango ou peixe, mas a carne é fundamental, pelo menos uma vez por semana. Independentemente do preço, preciso pensar na minha saúde”, pondera.
Exportação
Enquanto o preço da carne aumenta no Brasil, as vendas do produto para o exterior não param de crescer. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a indústria de carne bovina brasileira vem mantendo o ritmo de crescimento ao longo de 2014 e já registra alta de 10,87% em faturamento com vendas externas. O volume exportado cresceu 7,09% entre janeiro e setembro, comparado com o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o País exportou 1,164 milhão de toneladas, ante 1,08 milhão de toneladas em 2013. As vendas em 2014 já alcançaram US$ 5,3 bilhões contra US$ 4,7 bilhões registrados no ano anterior.

Fonte: A Tribuna

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