Preços de boi e bezerros devolvem ânimo à pecuária
Como há boas condições para que esse cenário se mantenha nos próximos meses, especialistas esperam recuperação positiva da receita da pecuária.
Luis Adriano Teixeira, coordenador de pecuária da Agropecuária CFM, um dos maiores projetos pecuários do País, com 80 mil bovinos, e maior vendedor de touros avaliados (2 mil por ano), informa que de 02 de janeiro a 23 de fevereiro, os contratos futuros da safra (fevereiro a junho) de boi gordo valorizaram de 7% a 9% na Bolsa Mercantil & Futuros.
“Essa valorização ocorreu em apenas 53 dias e o normal para a época da safra seria desvalorização da arroba. Os números realmente são animadores. Esses indicadores ainda revelam clara dificuldade dos frigoríficos para compra gado e fechamento das escalas de abate, seja por problemas de logística, devido às pesadas chuvas do início do ano, ou pela própria escassez de gado pronto”, explica Teixeira.
A tendência firme de alta dos contratos do boi gordo em pleno período de safra também se estende aos contratos da entressafra (setembro a novembro), com valorização em torno de 5%, mostrando que o cenário para o segundo semestre também é positivo.
Segundo o coordenador de pecuária da CFM, “se compararmos o fechamento da BM&F de 23 de fevereiro de 2007 com o de um ano atrás, todos os contratos (safra e entressafra) também estão valorizados, comprovando que o cenário de 2007 é mais otimista que o do ano anterior”.
Mesmo com a diminuição da arroba na primeira quinzena de março, o que é normal na entressafra, ainda há valorização média de 5% e 3%, respectivamente, para os contratos de entressafra e safra da BM&F em comparação ao início do ano.
Levantamento do CEPEA, da Esalq/USP, também apresenta valorização de 5% para o boi gordo; já o bezerro no Mato Grosso do Sul teve valorização de 9% nos três primeiros meses de 2007.
“O pecuarista que trabalha com terminação está enfrentando dificuldades para adquirir animais para reposição, da mesma forma que o frigorífico encontra problemas para comprar bois gordos. Esse cenário valoriza o preço do bezerro, o que já pode ser comprovado na principal praça do Brasil, o Mato Grosso do Sul”, destaca Luis Adriano Teixeira.
Fonte: Portal MNP