RENATA PEREIRA – TÉCNICA DO MÊS
“O técnico tem o papel de enxergar na propriedade algo além, que nem o criador enxerga”
Zootecnista formada na Unesp de Botucatu, especialista em nutrição animal e apaixonada pela raça Brangus, Renata Pereira conquistou espaço e credibilidade entre os criadores da raça aos poucos. Chegou em 1999, recém formada e disposta a aprender e hoje é a única técnica mulher da história da Associação Brasileira de Brangus (ABB). Veio para fazer história e fez, pois além do cargo de técnica é superintende da instituição. O quadro TÉCNICO DO MÊS do site da ABB conta hoje um pouco desta aproximação de Renata com a raça e o ponto de vista dela sobre assuntos como a profissão, a raça e a pecuária.
O primeiro contato com a raça...
“O primeiro contato que tive com a raça foi em um estágio que fiz na fazenda Bela Vista (atual Central Bela Vista). Na época fui orientada pela zootecnista Maria De Lamare. Depois de formada, passei em um concurso na Unesp, fiz especialização em Nutrição de Ruminantes e entrei no mestrado. Mas achei que já era o momento de entrar para o mercado de trabalho. Como meus pais estavam em Campo Grande (MS), resolvi me mudar para lá. Seguindo uma orientação da Maria [De Lamare], deixei um currículo na Associação, pois eles estavam selecionando zootecnistas. Logo comecei a trabalhar, isso em 1999”.
A raça...
“Nunca esqueço de uma palestra que assisti do Pedro Franklin [da Embrapa Pecuária Sudeste]. Ele disse: ‘Não existe raça perfeita. Toda raça tem o seu valor’. Acho que o criador deve buscar o que melhor se adapta a sua realidade. Mas acho que Brangus é uma raça completa, pois apresenta rusticidade, ou seja, pode ser criado em qualquer ambiente. Além da precocidade e marmoreio. Esteja onde você estiver, pode escolher o Brangus que ele vai se adaptar. A raça também se destaca pela sua fertilidade, pois a fêmea Brangus tem precocidade sexual, entra no ciclo reprodutivo muito mais rapidamente que as outras raças”.
A técnica...
“Entrei na Associação em 1999. Na época fui contratada para atender os criadores, passar informações sobre a raça e ajudar na organização de eventos. Na parte genealógica comecei quando tinha cerca de oito meses de casa. Aí já comecei a conferir dados de parentesco de animais enviados pelos criadores, checar todas as informações para garantir que o animal fosse registrado. Como técnica mesmo só me credenciei em 2003. Primeiro resolvi passar por todos os procedimentos. Acompanhei técnicos, aprendi bem o serviço de seleção visual e só depois de preparada me tornei técnica da ABB”.
Um bom técnico...
“Tem que conhecer bem as características produtivas do animal. Fora os padrões raciais que classificam ou não para registro. O técnico deve saber apartar os animais com potenciais melhoradores para a raça. Ele deve avaliar estrutura óssea, profundidade, comprimento, arqueamento de costela e carcaça... Enfim, ter olho clínico. O técnico tem o papel de enxergar na propriedade algo além, que nem o criador enxerga. Ele tem que orientar o criador. Aí ele se diferencia e se destaca. Se não fossemos capazes de fazer isso, nem precisaria haver técnicos. Nossa função é colaborar com o crescimento da raça”.
Única técnica mulher...
“Eu nunca sofri preconceito de criadores ou funcionários por ser mulher. Como técnica procuro fazer o melhor serviço, pois por ser a única mulher, minha intenção é abrir portas para outras profissionais da área”.
Brangus porque...
“Além da raça ter se tornado uma paixão em minha vida, tenho um lema: Não crie problemas, crie Brangus”.
Para contratar Renata como técnica ou dar sua opinião a ela sobre essa matéria, envie um e-mail para renata@brangus.org.br, ou ligue para a ABB (18) 3908-7150.