RICARDO WEILER – CRIADOR DA SEMANA

“Continuamos aprendendo: com o rebanho, com os amigos, colegas, companheiros e concorrentes”

Escolhido como jurado da raça Brangus na Expointer 2008 por votação de sócios, Ricardo Weiler é quase uma unanimidade em conhecimento de Brangus. Na raça desde os primeiros testes da Embrapa e da fundação da ABB, em 1979, Weiler optou por seguir a escolha do pai, Ivo Weiler, na criação de Brangus por um simples motivo: “Confio em sua performance”. Prestes há completar 30 anos como criador, ele não tem dúvida do futuro do animal em todo país, pois para ele: “O país não vai parar de buscar qualidade”. Gaúcho, proprietário da Estância Primavera em Lavras do Sul, Weiler conta aqui um pouco da história de sua família.

Associação Brasileira de Brangus – No sul do país a raça Brangus é bastante representativa, até porque no Brasil foi onde começou. Há 29 anos a raça tem se consolidado no território nacional, a que você atribui esse crescimento?
Ricardo Weiler – 
Através da performance a campo dos rebanhos, confirmando as qualidades atribuídas à raça em rebanhos definidos e em cruzamentos. Além disso, mostra eficiência em vários ambientes e em diferentes sistemas de produção. Portanto, o crescimento e sua consolidação se concretizaram com as respostas positivas dos rebanhos.

ABB – Como é a comercialização de Brangus com o frigorífico?
Weiler –
 Faz 25 anos que abatemos novilhos e vacas Brangus, e nunca tivemos dificuldade em ofertar nossos produtos. Mais recentemente (últimos 10 anos) com a classificação das carcaças, a resposta foi melhor ainda. Nosso produto pode ser considerado cruzado por alguns frigoríficos, porém é uma raça sintética definida 3/8 e 5/8, de rendimento e qualidade, e aceita pelos principais programas de certificação de carne de qualidade.

ABB – A pecuária é uma realidade em sua família há várias gerações? Conte um pouco de como tudo começou.
Weiler –
 Venho de famílias de imigrantes, alemães e italianos, portanto não temos tantas gerações trabalhando com pecuária. Quem começou foi meu pai, Ivo Weiler, no início da década de 70, na Serra do Sudeste Gaúcho e no Uruguai. No final dos anos 70 (1978) foi quando nos estabelecemos na região da Campanha Meridional - Lavras do Sul, Dom Pedrito e Bagé.

ABB – E quando a raça Brangus passou a fazer parte da realidade dos Weiler?
Weiler – 
Entre 1974 e 1975 já havia ventres Angus comerciais definidos. Em 1979, Ivo Weiler adquiriu uma boa quantidade de ventres da Embrapa e começou a introduzir zebuínos através de inseminação artificial nos ventres Angus. Em 1983, foi constituído o Condomínio Rural Weiler, detentor deste rebanho Ibagé e, nesse ano, foram identificados ao nascer os primeiros produtos. Desde então, até os dias de hoje, com o rebanho Brangus 3/8 e 5/8 definidos e mais numerosos, identificamos os nascidos e praticamos nossa seleção.

ABB – Quais foram suas maiores realizações com a raça?
Weiler –
 Primeiro diria que aprendemos e continuamos aprendendo: com o rebanho, com os amigos, colegas, companheiros e concorrentes. É muito gratificante poder dizer que ajudamos a suprir o mercado com touros e ventres em diversos estados como: RS, PR, SP, MS, MT, GO, MG, BA, PA, e estes terem correspondido positivamente.

ABB – Acredita que ainda há espaço para o crescimento do Brangus no Brasil? De que forma?
Weiler –
 Sim. O país não vai parar de buscar qualidade. O Brangus está entre as raças carniceiras de qualidade. Além disso, é consistente em aspectos importantes como adaptação e tolerância a diferentes tipos de ambiente e sistemas de produção. Acredito ser importante estar atento à seleção dos reprodutores e, no caso dos rebanhos comerciais e cruzados definir o tipo de animal Brangus utilizado.

ABB – No início de setembro você será o jurado da raça Brangus na Expointer, uma das feiras mais tradicionais da pecuária nacional. Você foi escolhido através de votações entre candidatos de diversos países. O que representa a você ser jurado de um evento como esse?
Weiler – 
É um privilégio. Tenho muita satisfação e prazer em classificar animais, mesmo sendo em casa. Interpretando sua indagação, sinto-me orgulhoso e muito agradecido pela confiança. Não é a primeira vez, portanto julgo que aumenta minha responsabilidade no evento.

ABB – Se começasse a criação de Brangus hoje, o que faria diferente?
Weiler – 
Pergunta difícil! Se começasse hoje, formaria o rebanho com ventres de criadores consistentes e eficientes, touros de biotipo carniceiro, funcionais, buscando produtos de qualidade e de fácil adaptação ao meio e sistema de produção que submeto o rebanho. Com boa sanidade, manejo e seleção, as respostas positivas aparecem.

ABB – Quais os animais de sua propriedade estão em posição de destaque?
Weiler –
Touros rústicos e funcionais, novilhos de qualidade remunerados pelo mercado e ventres que cumprem sua função produtiva.

ABB – O próximo passo da família Weiler com a raça Brangus será...
Weiler –
 Continuar a ter persistência e sempre buscar melhoramento na produção, seja com os reprodutores, seja com os animais comerciais.

ABB – Crio Brangus porque...
Weiler –
 Confio em sua performance.

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