Tecnologias da Reprodução: IA e IATF
Atualmennte é interessante notar o destaque das propriedades que fazem uso das tecnologias da reprodução em seus rebanhos. A maioria dos criatórios bem pontuados perante suas associações utilizam recursos como inseminação artificial (IA), inseminação artificial em tempo fixo (IATF), transferência de embriões (TE) e fertilização in vitro (Fiv). O objetivo desse artigo é pontuar as principais vantagens e desvantagens da cada técnica e expor de forma resumida como funcionam.Pela extensão do assunto abordaremos primeiro a IA e IATF e no próximo artigo abordaremos TE e Fiv.O desenvolvimento mundial da inseminação bovina aconteceu na Europa e nos EUA logo após a Segunda Guerra Mundial, essencialmente por motivos de ordem sanitária. Na época, a estrutura das propriedades obrigava os criadores, freqüentemente donos de um reduzido número de vacas, a recorrer aos serviços de touros utilizados em comum por diversos criadores. O emprego da IA melhorou consideravelmente a facilidade de emprenhar uma vaca (sem a necessidade de levar a vaca ao touro do visinho) e a condição sanitária do rebanho, visto que ela evita o contato físico dos animais, limitando assim a propagação de doenças. No Brasil, as primeiras empresas especializadas no comércio e no processamento do sêmen destinado à IA surgiram na década de 70. Contudo, embora o comércio anual da IA tenha crescido consideravelmente nos últimos 20 anos (de 1,5 milhões de doses em 1985, para um pouco menos que 7,0 milhões em 2006) seu emprego ainda é restrito a menos de 6% dos rebanhos.O maior obstáculo para um uso mais abrangente da IA reside na necessidade de promover mudanças em práticas equivocadas de manejo (particularmente o alimentar) evidenciadas pelos índices reprodutivos abaixo do normal. Deve-se entender que a IA constitui uma alternativa à monta natural, quando estiverem solucionados os eventuais problemas de manejo. Outra limitação, igualmente importante, consiste na exigência de tempo e mão-de-obra treinada e motivada para a observação frequente do cio dos animais destinados à inseminação e o armazenamento do sêmen congelado.
Como vantagens devemos considerar: aumento da relação touro / vaca, aceleração do melhoramento genético, padronização do rebanho, controle de doenças reprodutivas, menor número de touros na propriedade, possibilidade de utilizar um touro impossibilitado de realizar cobertura natural, menos partos distócitos (dificultosos) pois poderá escolher um reprodutor que origine produtos pequenos ao nascer e melhor controle zootécnico da propriedade.A IATF envolve a sicronização, mediante o uso de protocolos com hormônios, de lotes de fêmeas para que entrem no cio juntas e sejam inseminadas no mesmo dia. Esta técnica melhora a logística da fazenda uma vez que o funcionário não precisa "olhar o cio das vacas" de manhã e à tarde tornando os horários e dias de serviço pré estabelecidos. Assim também não se corre o risco de o cio passar despercebido aos olhos do peão. Os principais inconveniente são o aumento do custo com hormônios e a passagem recorrente das vacas pelo tronco causadora de stress.O fato de o produtor poder ter à sua disposição, a um preço acessível, o material genético de touros nacionais ou estrangeiros, extremamente valiosos, torna a IA a mais democrática das tecnologias envolvidas com a produção animal e a primeira a ser implantada em uma propriedade. Pesquisas, relativamente, recentes na área de fisiologia reprodutiva têm melhorado e refinado os sistemas de IA e de sincronização do cio, tornando-os mais baratos e eficientes. Em conseqüência, às vantagens de ordem genética da IA, podem ser acrescentados os ganhos (econômicos, de manejo, etc.) decorrentes da concentração de nascimentos, possível pelos novos protocolos de sincronização do cio. Isso deve resultar em um aumento da lucratividade dos produtores e um marcante aumento na qualidade geral dos rebanhos.
Assessoria Brangus