Terras têm maior valorização em cinco anos
As propriedades rurais valorizam-se, em média, 7,86% no período. Resultado superior ao do chamado "ano de ouro do agronegócio" - 2004 - quando as terras tiveram aumento de 7,3%, na média. As cotações médias dos grãos mais elevadas e os investimentos em canaviais foram responsáveis pela valorização do hectare.
Levantamento exclusivo do Instituto FNP mostra que no final do semestre um hectare custava R$ 3.555 na média brasileira, o maior valor desde aquele ano, quando era cotado a R$ 3.312. Em 2007, as terras que mais tiveram reajustes foram as do Centro-Oeste - variação de 9,53%, com o hectare a R$ 2.628 - e as do Sudeste - alta de 9,08%, ava-liada em R$ 6.807 o hectare. Isso significa que quem comprou uma fazenda teve ganho real de 5,6%, uma vez que a variação ficou acima da inflação no período, de 2,08%.
De acordo com o estudo, no período de 36 meses as terras valorizaram-se 8,8% e, em 12 meses, 15,37%. "A alta começou mais intensamente neste ano, com o movimento da melhora de preços da soja e milho, além do ‘boom’ da cana", diz Jacqueline Bierhals, analista do Instituto FNP. Em sua avaliação, a partir de agora os preços devem se estabilizar nesses patamares porque a cana sofreu uma freada nos investimentos, porque os preços dos derivados caíram.
No caso de regiões de grãos, Jacqueline afirma que já não há muita gente ofertando terra "a preço de banana". Nessas regiões, segundo ela, além de ter passado o período da "crise dos grãos", há também a entrada de usinas - principalmente em áreas de pastagem - valorizando as propriedades. Isso explica a maior alta verificada, em 2007, nas propriedades no Centro-Oeste e no Sudeste.
Na perspectiva da analista, o segundo semestre será marcado por uma parada nos investimentos em terras e os arrendamentos devem predominar ao invés da compra.
Para um futuro próximo, o instituto prevê também uma possível valorização das propriedades destinadas à pecuária, em virtude dos preços do boi gordo mais elevados. "A maior alta deve ocorrer no Norte, mas nada explosivo", argumenta.
Fonte: Boletim Eletrônico