Opção pela rusticidade

O pecuarista Marcos Meirelles cria bovinos Brangus em condições desafiadoras no Pantanal de Mato Grosso do Sul

Formado em administração de empresas e fruto da quarta geração de uma família ligada à agropecuária, o pecuarista Marcos Lemos Meirelles começou a criar a raça Brangus em 1991, depois de uma viagem aos Estados Unidos. As primeiras 15 fêmeas foram adquiridas do Condomínio Rural Weiler, de Lavras do Sul (RS), de propriedade do criador Ricardo Weiler. Os resultados o incentivaram a expandir e, em 1992, ele comprou mais uns exemplares e, no ano seguinte, outras 200 cabeças. “Eu já queria trabalhar com o cruzamento industrial. Aí fiz várias análises em visitas aos Estados Unidos e em leituras de reportagens sobre as raça s e optei pelo Brangus”, afirma Meirelles.

Ele conta que a opção ocorreu por meio de observação de raças e com a conclusão de que a Brangus era a que melhor se adequaria à sua realidade, uma pecuária de corte desenvolvida no Pantanal do Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste brasileiro. “A propriedade fica em Porto Murtinho, que tem um clima muito quente e úmido”, explica. Decidido a acelerar a seleção, Meirelles fez uma parceria e importou embriões do Rancho Camp Cooley, do Texas (que hoje não existe mais) e começou a usar genética norte-americana em seu rebanho.

O plantel atualmente é formado por cerca de 250 vacas em produção. Além da genética importada dos EUA, o pecuarista também usa genética argentina e touros próprios. E produz animais 5/8 usando reprodutores da raça Brahman - resultado do cruzamento das raças Gir, Nelore, Guzerá e Krishna Valley - nas vacas. “O objetivo é ter animais mais próximos do zebu, de pelo mais fino, de orelha mais pesada e que trabalhem melhor em climas mais quentes”, salienta. O trabalho é orientado pelo consultor argentino Fernando Lamarca, que presta consultoria a diversos criatórios de Brangus, tanto no Brasil como na Argentina.

Meirelles, que presidiu a Associação Brasileira de Brangus (ABB) por dois mandatos, de 2006 a 2011, elogia o trabalho desenvolvido pela entidade para demonstrar as qualidades dos bovinos Brangus. “Eu sou suspeito para falar, mas a Brangus é uma raça que vem ocupando cada vez mais seu espaço pelas suas qualidades. Ela tem muita qualidade de carne e pode ser usada em várias regiões do Brasil pela rusticidade e grande capacidade de adaptação”, completa.

Fonte: Gustavo Paes (Grupo Futura)

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